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2012 - Livro Vermelho 2013

Passiflora margaritae Sacco EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 21-08-2012

Criterio: B1ab(i,iii)+2ab(ii,iii)

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Passiflora margaritae apresenta síndrome de dispersão zoocórica, sendo considerada endêmica do Estado do Espírito Santo (municípios de Linhares, Pancas e Santa Teresa). É restrita ao bioma Mata Atlântica, onde ocorre em Floresta Ombrófila Densa montana e Mata de Tabuleiro. Tem EOO de 2.694,65 km² e AOO de 12 km². Encontra-se sujeita a quatro situações de ameaça: a implementação de lavouras permanentes, a exploração madeireira, os reflorestamentos homogêneos e a abertura de pastagens com a consequente invasão de espécies exóticas. Protegida pela Reserva Florestal de Sooretama, é conhecida por apenas três registros de coleta, sendo o último datado de 1965. Com base nessas informações, a espécie foi considerada "Em perigo" (EN), sendo necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de certificar a distribuição geográfica, a existência de subpopulações e o seu real estado de conservação.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Passiflora margaritae Sacco;

Família: Passifloraceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Espécie próxima de P. manicata e P. antioquensis, diferenciando-se da primeira pela morfologia da estípula, ápice do opérculo e indumento do ovário; e da última, pela estrutura da coroa faucial (Sacco, 1967).

Distribuição

Ocorre no Espírito Santo, na região de Santa Teresa e Sooretama (Sacco, 1967).

Ecologia

​Trepadeira lenhosa, que habita áreas florestais montanas e tabuleiros. Fértil de julho a outubro e dispersada por animais.

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes O principal uso do solo no município de Santa Teresa é de lavouras permanentes, principalmente café, seguido por pastagens naturais. A maioria das propriedades é de pequeno e médio porte, possuindo entre 10 e 50 ha. Em 1976 o município de Santa Teresa tinha 22.086 ha de floresta natural e 8.432 ha de capoeira (30.518 ha no total). Em 1991, as florestas nativas ocupavam pelo menos 23.000 ha (Mendes; Padovan, 2000). Em 2010, tinha 14.332 ha de floresta no total (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011). Na região é comum o fogo e o rio Timbuí é poluído (Mendes; Padovan, 2000).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A cobertura vegetal do Estado do Espírito Santo, antes praticamente toda recoberta pela Mata Atlântica, tem uma história de devastação cujos registros remontam aos do início de sua colonização. A destruição e degradação do habitat é, sem dúvida, a maior causa de perda de biodiversidade no Estado. Subsequentes ciclos econômicos, como o da exploração da madeira, da agricultura cafeeira, dos "reflorestamentos" homogêneos (Pinus e Eucaliptus), a incidência de espécies exóticas invasoras e sobre-exploração de plantas ornamentais são algumas principais ameaças incidentes sobre a flora do Estado (Simonelli ; Fraga, 2007).

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre na ​Reserva Florestal de Sooretama.

3.8 Conservation measures
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a Lista da Fundação da Biodiversitas da Flora Ameaçada de Extinção (Biodiversitas, 2005).

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Presente na Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 1.

Referências

- J. C. SACCO. Contribuição ao estudo das Passifloraceae do Brasil III - Passiflora margaritae Sacco n. sp. Sellowia, v. 19, p. 59-61, 1967.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

- MENDES, S. L.; PADOVAN, M. D. P. A Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão, n. 11/12, p. 7-34, 2000.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica: Período 2008-2010. 2011. 122 p.

Como citar

CNCFlora. Passiflora margaritae in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Passiflora margaritae>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 21/08/2012 - 20:07:15